Nos tempos atuais, o termo "sustentabilidade" tornou-se indispensável em qualquer discussão pública e tornou-se um termo político em 1992 na Conferência do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Naquele momento, foi estabelecido o "direito ao desenvolvimento sustentável" global. Isso significa que os negócios e a política em todo o mundo devem se esforçar não só para o desenvolvimento econômico, mas também para o progresso ecológico e social, com ética, transparência e boas práticas de governança.

Segundo o Relatório Brundtland de 1987 da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, documento-base da Conferência Rio-92, a sustentabilidade refere-se, por definição, à satisfação das necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas necessidades, garantindo o equilíbrio entre o crescimento econômico, os cuidados com o meio ambiente e o bem-estar social. 

A partir dessa definição, o objetivo da Conferência Internacional Rio-92 foi discutir as mudanças ambientais globais e as opções de ação que precisavam ser consideradas. Foram aprovados na ocasião cinco documentos-chave, até hoje considerados um passo bem-sucedido para uma parceria global pela sustentabilidade: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Convenção de Proteção Climática; a convenção de proteção de espécies; a declaração florestal; e a Agenda 21.

No entanto, como o mundo ainda assistiu a vários recuos na pauta aprovada em 1992, e ante o empobrecimento contínuo em muitos países em desenvolvimento, com uma persistente discriminação contra as mulheres e muita degradação ambiental, as Nações Unidas adotaram na Cúpula do Milênio de 2000 em Nova York, oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que deveriam ser alcançados até 2015: combate à pobreza extrema e à fome; educação primária para todos; igualdade de gênero e capacitação das mulheres; redução da mortalidade infantil; melhoria dos cuidados de saúde maternos; combate ao HIV, malária e outras doenças graves; sustentabilidade ecológica, e construção de uma parceria global para o desenvolvimento. Trata-se de uma pauta que, ao incorporar temas econômicos e sociais, exige a implementação de sistemas de governança criativos e inovadores para empresas, órgãos públicos e demais instâncias da sociedade civil.

Em setembro de 2015 a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável da ONU amplia essa pauta aprovando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que passam a constituir uma agenda mundial composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030, prevendo ações mundiais nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura, industrialização, entre outros. Trata-se, portanto, do estabelecimento de visões de futuro desejável, que deve balizar ações éticas, transparentes e comprometidas com a responsabilidade social das organizações e a política institucional em escala global, nacional e local, e com a qual a Cátedra Sustentabilidade da Unifesp estabelece total sintonia.